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As Primeiras Jornadas de Medicina Intensiva da Península de Setúbal (J-MIPS 2025), realizaram-se nos dias 4 e 5 de abril, em Almada, juntado no mesmo espaço mais de 300 profissionais (médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde) de várias instituições de saúde do país. As J-MIPS são uma organização conjunta dos Serviços de Medicina Intensiva /Unidades de Cuidados Intensivos (SMI/UCI) das ULS Almada-Seixal, ULS Arco Ribeirinho, ULS Arrábida, e ULS Litoral Alentejano. As mesmas pretenderam ser um momento de saudável partilha de conhecimento, experiência e reflexões, sobre temas diversos de interesse para a Medicina Intensiva em Portugal.

Para o Responsável da Unidade de Cuidados Intensivos da ULSAR, Ricardo Matos este evento revestiu-se de extrema importância. “Foi nosso objetivo envolver todos os SMI/UCI da península de Setúbal, pois partilhamos não só a região geográfica como integramos os mesmos eixos de referenciação para o doente crítico. Os nossos Serviços têm dimensões diferentes, refletindo o tipo de serviço de urgência e as características de cada Hospital, mas temos também muitos problemas em comum. As Jornadas permitiram um diálogo que é muito importante para nos conhecermos melhor e otimizarmos a nossa complementaridade, enquanto serviços de saúde que procuram trabalhar em conjunto para benefício da nossa população”.

“Atrevo-me a dizer que as 1ªs J-MIPS constituíram um verdadeiro sucesso. Pelo número de participantes, pela qualidade das mesas e das discussões havidas e pela interação entre os nossos profissionais. Em todos nós surgiu o mesmo desejo, realizar em 2026 a 2ª edição destas Jornadas!”, conclui.

Para a Enfermeira em funções de Gestão na UCI da ULSAR, Filomena Sanches, “A enfermagem em medicina intensiva exige muito investimento em saberes complexos, competências especializadas e um profundo compromisso com o bem-estar permanente do doente, desde a fase aguda ao processo de reabilitação precoce. Ao longo dos dois dias tivemos a oportunidade de ouvir especialistas, discutir sobre desafios e avanços da nossa prática, relacionados com a segurança e qualidade de cuidados prestados à pessoa em situação critica.”

Conta que, “não foi esquecido o debate sobre dotações seguras, e rácios de enfermeiros especialistas em enfermagem de reabilitação e enfermagem medico cirúrgica como garante da segurança do doente e de cuidados de qualidade, evidenciados nos projetos de investigação apresentados.” Destaca o facto de “como primeiras jornadas foi um sucesso inesperado com um elevado número de resumos submetidos e apresentados por enfermeiros de várias Instituições do país como Tâmega e Vouga, Porto, Coimbra, Grande Lisboa, Alentejo e Algarve”. Salienta ainda que “foi um grande prazer esta comunhão de conhecimentos e partilha de projetos de elevada qualidade e que demonstraram o quanto a enfermagem de medicina intensiva evoluiu e pode ainda melhorar, não somente na vertente tecnicista, mas essencialmente na investigação da prática clínica, com evidência efetiva dos ganhos em saúde sensíveis à intervenção do enfermeiro.”

Gestão em Medicina Intensiva; Interações coração-pulmão na síndrome de dificuldade respiratória aguda; Técnicas de substituição renal; e Referenciação do doente neurocrítico foram alguns dos temas médicos em discussão. Por seu turno, na área de enfermagem, as temáticas debruçaram-se sobre os Desafios da gestão e liderança; Intervenções especializadas em Cuidados Intensivos; Prevenção e gestão do risco do doente crítico; Humanização em Cuidados Intensivos, entre outros.